30/10/2015 11h11 - Atualizado em 07/03/2017 15h11

Produtos florestais não madeireiros são tema de oficina do PEDEAG em Venda Nova do Imigrante

Sementes, castanhas, palmitos, raízes e bulbos são alguns dos produtos que compõe a lista de Produtos Florestais Não Madeireiros (PFNMs) que foi debatida em mais uma oficina do PEDEAG 3. Destavez, em Venda Nova do Imigrante, na manhã dessa quinta-feira (29), no Centro Cultural e Turístico Máximo Zandonadi, às 08h30.

O manejo dos PFNMs, conhecido também como neoextrativismo ou extrativismo sustentável, ganha destaque com a oficina sobre sua cadeia produtiva, considerando-se que se conduzido de maneira racional, além de tornar as florestas rentáveis, em muitos casos mantém sua estrutura e biodiversidade praticamente inalteradas.

Pensando-se na importância desses produtos, entre eles ramos, cascas, fibras, óleos essenciais, óleos fixos, látex, resinas, gomas, cipós, ervas, bambus, percebe-se que os PFNMs são fundamentais para a subsistência de muitas pessoas não só no Estado como no mundo, especialmente para aquelas que vivem no interior de florestas ou em suas cercanias.

Os PFNMs são utilizados na alimentação, produção de medicamentos, usos cosméticos, construção de moradias, tecnologias tradicionais, produção de utensílios e tantos outros usos. De acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), cerca de 80% da população de países em desenvolvimento usam os PFNMs para suprir algumas de suas necessidades de vida.

O pesquisador do Incaper, Tiago Godinho, que também foi o especialista na oficina em Venda Nova, disse que o tema ainda é novo e muitos produtores poderiam aproveitar melhor a cadeia produtiva. “Muitos produtores não têm conhecimento da utilização que os produtos podem ter. Aqui em Venda Nova, por exemplo, existe uma indústria de processamento de palmito, que entra na categoria de produto florestal não madeireiro; a pimenta rosa é também um exemplo, oriundo da aroeira e ainda tem o pinhão da araucária, além de muitos outros.Precisa-se trabalhar o melhoramento da espécie e os sistemas de cultivo, para uma melhor organização da cadeia de comercialização, que hoje tem produção ainda considerada baixa, mas é um mercado de grande potencial”, ressalta o pesquisador.

Edimar Binotti é engenheiro agrônomo e produtor do segmento e aponta a palmeira juçara como uma oportunidade de negócio gigantesca,aliada ao benefício ambiental. ”O incentivo ao plantio deve ser olhado com carinho, a produção de mudas selecionadas e, além da questão econômica, tem a ambiental, pois ela age como um “guarda-chuva invertido” captando a água da chuva, e sua raiz é superficial, protege e evita que a água infiltre muito profundamente no solo. Protege as nascentes e se torna um excelente negócio econômico e ambiental”, conta Binotti.

Sávio Fileti é secretário de Agricultura em Venda Nova do Imigrante e entende o mercado como uma alternativa de diversificação agrícola para os produtores rurais. “É um assunto relativamente novo e nós buscamos incentivar o debate no município e região, uma vez que a produção de amêndoas, sementes, palmáceas, resinas e outras mais tem um campo enorme a ser explorado, uma atividade economicamente boa para os agricultores”, enfatiza o secretário.

O Pedeag3

A Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) está definindo as prioridades do setor agrícola para os próximos 15 anos. O Pedeag 3 conta com a participação de representantes das diversas cadeias produtivas do agronegócio, produtores rurais, pesquisadores, professores e lideranças cooperativistas e de associações produtivas. São mais de 50 oficinas de trabalho programadas até novembro, que servirão de base para a construção do Planejamento Estratégico da Agricultura capixaba.

Durante as oficinas, os participantes recebem um questionário de avaliação dos principais desafios e oportunidades de sua cadeia produtiva específica. Todo esse material recolhido presencialmente e também pela internet (www.pedeag.es.gov.br) será usado para subsidiar a elaboração do Pedeag 3, que contará ainda com entrevistas qualitativas que serão feitas com mais de 100 especialistas. Até agora, mais de 2,5 mil pessoas já passaram pelas oficinas e mais de 1,5 mil questionários foram respondidos.

O Pedeag 3 será formulado a partir da análise de cenários e da elaboração de diagnósticos, identificando oportunidades e desafios, estabelecendo objetivos e metas e definindo planos de ação e projetos, com foco na geração de melhores resultados para o agronegócio capixaba. Tudo isso alinhado com a análise de temas transversais, tais como capital humano, sustentabilidade, tecnologia e capacidade de inovação, organização da produção, logística e comercialização, dentre outras.

O primeiro Pedeag foi elaborado em 2003, a partir de uma iniciativa pioneira na história recente da agricultura capixaba. Logo se transformou na principal ferramenta de planejamento do setor agrícola do Estado. Em 2008, a Secretaria de Estado da Agricultura elaborou o Novo Pedeag, mantendo as linhas e diretrizes da primeira versão, mas aprofundando a visão estratégica por culturas e regiões capixabas. O Pedeag 3 vai atualizar as diretrizes e metas, com base nos pilares do empreendedorismo, da sustentabilidade e da inovação.

Site interativo

Além de participar dos debates presenciais, produtores rurais e representantes das diversas cadeias produtivas do agronegócio capixaba têm à disposição mais uma ferramenta interativa para ajudar na construção do planejamento o estratégico do setor. No site do Pedeag 3 (www.pedeag.es.gov.br) os internautas podem apresentar sugestões e contribuições que ajudem no desenvolvimento dos principais arranjos produtivos da agropecuária do Estado.
O site disponibiliza o calendário de oficinas por temas e municípios. Há também uma apresentação sobre o Pedeag 3, com seus objetivos e metas, além de notícias, fotos e um espaço interativo onde é possível ter acesso às apresentações técnicas com o panorama dos diversos setores do agronegócio capixaba e às contribuições apresentadas durante os debates. O internauta poderá referendar duas sugestões ou selecionar uma e enviar uma nova sugestão para ser incluída na base de dados no Pedeag 3.

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