11/10/2013 11h16 - Atualizado em 07/03/2017 15h31

Produtores capixabas conhecem experiências de comercialização de plantas medicinais em Curitiba



Nesta sexta-feira (11), um grupo de 40 capixabas, entre técnicos, produtores, integrantes de Pastorais da Saúde e parceiros, retorna de Curitiba, onde realizaram uma visita técnica nos cultivos de plantas medicinais. A iniciativa foi organizada pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), em convênio com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). O grupo esteve durante uma semana no Sul do país.

“Visitamos as experiências exitosas de cultivos, organizações sociais e comerciais e empresas que trabalham com plantas medicinais na região do entorno de Curitiba. Foi uma oportunidade extremamente rica e que pretende dar mais um salto de qualidade no trabalho com plantas medicinais no Espírito Santo”, explicou a coordenadora de plantas medicinais do Incaper, Fabiana Gomes Ruas.
Durante a visita, houve palestra ministrada por técnicos do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-PR) sobre a "Situação e perspectivas das plantas medicinais, aromáticas e condimentares". Além disso, os capixabas visitaram uma unidade de beneficiamento (limpeza, secagem e embalagem), uma indústria de envase de plantas medicinais, propriedades com sistema de policultivo e grupos de produtores orgânicos de plantas medicinais.

Essa visita pretende impulsionar a produção de plantas medicinais para novos nichos de mercado no Espírito Santo. “É preciso levar em conta que existem mercados e políticas públicas para serem atendidos quanto à demanda de plantas e produtos ativos oriundos de plantas medicinais. Alguém precisa produzir toda essa biomassa vegetal botânica e fitoquimicamente caracterizada com qualidade. Por isso, o Incaper pretende alavancar a organização dos produtores para atender a essa demanda”, explicou Fabiana Gomes Ruas.

Ela também disse que o produtor deve estar atento e se preparar para tais exigências, bem como os técnicos devem estar aptos a prestarem serviços de assistência técnica e extensão rural nesta área específica. “Os profissionais de saúde, farmácia, nutrição e os consumidores devem ser informados quanto à correta indicação e usos de plantas medicinais”, infirmou Fabiana.

Ações educativas incentivam plantio de plantas medicinais

A necessidade de plantio para comercialização de plantas medicinais tem sido discutida entre os diversos segmentos da cadeia produtiva das plantas medicinais a partir de ações educativas promovidas pelo Incaper. “Não basta apenas produzir. Temos que divulgar e socializar os benefícios, riscos, e tudo que envolve plantas medicinais, seus princípios bioativos e suas complexidades”, informou Fabiana.

Nesse sentido, o Incaper, desde 2009, realiza ações de educação ambiental, como as “Oficinas de Chás e Xaropes”, que ocorrem mensalmente na Fazenda Experimental Engenheiro Reginaldo Conde, em Jucuruaba, Viana, em parceria com Pastorais da Saúde. Esses encontros têm obtido um aumento expressivo da adesão de um público misto, que se aproxima de 90 pessoas mensais. “Esses encontros fortalecem as associações de assentados, quilombolas, indígenas, instituições de ensino e pesquisa e diversos profissionais que atuam em toda cadeia produtiva de plantas medicinais, como os da área da saúde, enfermagem, farmácia, nutrição, agronomia, biologia, além de cidadãos comuns e agricultores familiares”, informou Fabiana.

As “Oficinas de Chás e Xaropes” são eventos práticos onde são discutidas formulações caseiras, utilizando as plantas cultivadas na própria Fazenda do Incaper, seguindo a lista de espécies indicada pelo SUS. As formulações são preparadas durante a oficina com acompanhamento dos participantes por meio de apostilas distribuídas.

“Ao final de cada manhã de oficina, os integrantes desta Rede têm oportunidade de levar, além das informações, uma amostra de cada formulação preparada e ainda material propagativo e maços das plantas disponibilizadas. Nessas ocasiões, o produto, serviço, processo ou sistema resultante de projetos científicos e saberes populares são socializados, garantindo à população o acesso seguro das informações, ao material vegetal identificado botanicamente, cultivado em sistema agroecológico com aplicação de boas práticas agrícolas que preservam os recursos naturais, solo, água, com responsabilidade ambiental e social, e seleção de plantas com altos teores de princípios ativos”, explicou a coordenadora de plantas medicinais do Incaper.

Ela concluiu afirmando que essas oficinas têm sido uma ferramenta socioeducativa de fomento não somente do uso racional, mas de desenvolvimento da cadeia produtiva de plantas medicinais, aromáticas, condimentares e nutracêuticas no Espírito Santo. “O próximo passo é organizar os agricultores para a produção com fins de comercialização. Por isso, a iniciativa dessa excursão foi de fundamental importância”, falou Fabiana.

Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação – Incaper
Juliana Esteves - juliana.esteves@incaper.es.gov.br
Luciana Silvestre - luciana.silvestre@incaper.es.gov.br
Carla Einsfeld – assessoria.imprensa@incaper.es.gov.br
Texto: Luciana Silvestre
Tel.: 3636-9865/3636-9868/8849-6999
Twitter: @incaper
Facebook: Incaper
2015 / Desenvolvido pelo PRODEST utilizando o software livre Orchard