11/11/2015 12h46 - Atualizado em 07/03/2017 15h12

Pecuária de Corte é tema de oficina do Pedeag 3 em Ecoporanga

Pecuaristas, produtores rurais, membros de associações de criadores e representantes de entidades públicas e de cooperativas agrárias estiveram reunidos na manhã desta quarta-feira (11), em Ecoporanga, para discutir os desafios e as oportunidades da pecuária de corte. A oficina de trabalho é uma das ferramentas utilizadas para a elaboração do Plano Estratégico de Desenvolvimento da Agricultura Capixaba, o Pedeag 3, que vai definir as prioridades do setor agrícola para os próximos 15 anos.

A oficina contou com a participação do secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Octaciano Neto, do subsecretário de Desenvolvimento Agropecuário, Marcelo Suzart, e do chefe do Departamento de Defesa Sanitária e Inspeção Animal do Idaf, Anderson Teixeira. O especialista convidado foi o médico veterinário e produtor rural Wendius Lucas, que apresentou um panorama da pecuária de corte e falou sobre as perspectivas de desenvolvimento dessa cadeia produtiva no Estado.

O Espírito Santo possui um rebanho de 2,1 milhões de cabeças em uma área de pastagem de 1,3 milhão de hectares, o que dá uma taxa de lotação de 1,57 cabeça por hectare, número 27% maior que a média brasileira. No entanto, dessa área total de pastagens, 400 mil hectares estão degradados, o que representa um grande desafio econômico e ambiental, exigindo investimentos em tecnologia e na recuperação de áreas de preservação e de nascentes.

A pecuária responde por, aproximadamente, 25% do Valor Bruto da Produção Agropecuária Capixaba. Com relação à pecuária bovina de corte, o Estado detém um rebanho de 1,4 milhão de cabeças. Em 2014, o Espírito Santo registrou um abate inspecionado de 378.432 cabeças. A taxa de abate gira em torno de 29%.

Desafios

Entre os principais desafios do setor, na visão do especialista convidado, estão o fomento a linhas de crédito na pecuária de corte, sendo estas vinculadas à assistência técnica; o aumento da qualificação da mão de obra da pecuária de corte por meio de cursos de capacitação; a manutenção do status de Estado livre de febre aftosa com vacinação e o processo para atingir o status de livre da febre aftosa sem vacinação; e a criação de um fundo da pecuária de corte.

“Também acredito que seja importante buscarmos junto ao Governo Federal a abertura de novos mercados consumidores externos, para que dessa forma possamos aproveitar a excelente condição de portos e logística que o Espírito Santo possui” destacou Wendius Lucas, ressaltando que a pecuária de corte capixaba em alguns aspectos está um pouco melhor do que a de outros estados, mas que ainda existem muitos desafios a serem superados.

“Ainda precisamos evoluir muito. Nossa taxa de lotação é maior do que a média nacional, mas ainda é baixa. Temos de trabalhar para manter e ampliar nosso rebanho em áreas cada vez menores. Outros problemas que temos pela frente estão relacionados à crise hídrica e às áreas degradadas. Com relação a esse último desafio, não há outro caminho que não seja o da tecnologia de recuperação de áreas degradadas. Temos, por exemplo, a rotação das pastagens, onde conseguimos fazer um aproveitamento máximo do terreno, evitando a degradação do meio ambiente”, pontuou o especialista.

O secretário de Estado da Agricultura afirmou que a pecuária capixaba precisa aumentar a produtividade e, ao mesmo tempo, diminuir a área de pastagens. Octaciano Neto afirmou que os produtores precisam investir em manejo e no adensamento de produção. Segundo ele, existem muitas tecnologias capazes de garantir o aumento da produtividade em áreas cada vez menores à disposição dos pecuaristas.

“No Espírito Santo existem alguns exemplos de propriedades rurais utilizando sistemas de produção intensivos de tecnologias, porém é preciso avançar mais nesta direção e na eficiência do sistema de pastejo rotacionado, tendo em vista que a grande maioria das propriedades apresenta ineficiência produtiva. Poucos produtores investem em manejo intensivo de pastagens (lotação rotacional com adubação e/ou irrigação)”, ressaltou o secretário.

O Pedeag 3

A Seag está definindo as prioridades do setor agrícola para os próximos 15 anos. O Pedeag 3 conta com a participação de representantes das diversas cadeias produtivas do agronegócio, produtores rurais, pesquisadores, professores e lideranças cooperativistas e de associações produtivas. São mais de 50 oficinas de trabalho, que servirão de base para a construção do Planejamento Estratégico da agricultura capixaba.

Durante as oficinas, os participantes recebem um questionário de avaliação dos principais desafios e oportunidades de sua cadeia produtiva específica. Todo esse material recolhido presencialmente e também pela internet (www.pedeag.es.gov.br) será usado para subsidiar a elaboração do Pedeag 3, que contará ainda com entrevistas qualitativas que serão feitas com mais de 100 especialistas. Até agora, aproximadamente 3,5 mil pessoas já passaram pelas oficinas do Pedeag 3 e mais de 2 mil questionários foram respondidos.


O Pedeag 3 será formulado a partir da análise de cenários e da elaboração de diagnósticos, identificando oportunidades e desafios, estabelecendo objetivos e metas e definindo planos de ação e projetos, com foco na geração de melhores resultados para o agronegócio capixaba. Tudo isso alinhado com a análise de temas transversais, tais como capital humano, sustentabilidade, tecnologia e capacidade de inovação, organização da produção, logística e comercialização, dentre outras.

O primeiro Pedeag foi elaborado em 2003, a partir de uma iniciativa pioneira na história recente da agricultura capixaba. Logo o Pedeag se transformou na principal ferramenta de planejamento do setor agrícola do Estado. Em 2008, a Secretaria de Estado da Agricultura elaborou o Novo Pedeag, mantendo as linhas e diretrizes da primeira versão, mas aprofundando a visão estratégica por culturas e regiões capixabas. O Pedeag 3 vai atualizar as diretrizes e metas, com base nos pilares do empreendedorismo, da sustentabilidade e da inovação.

www.pedeag.es.gov.br

Além de participar dos debates presenciais, produtores rurais e representantes das diversas cadeias produtivas do agronegócio capixaba têm à disposição mais uma ferramenta interativa para ajudar na construção do planejamento o estratégico do setor. No site do Pedeag 3 (www.pedeag.es.gov.br) os internautas podem apresentar sugestões e contribuições que ajudem no desenvolvimento dos principais arranjos produtivos da agropecuária do Estado.

O site disponibiliza o calendário de oficinas por temas e municípios. Há também uma apresentação sobre o Pedeag 3, com seus objetivos e metas, além de notícias, fotos e um espaço interativo onde é possível ter acesso às apresentações técnicas com o panorama dos diversos setores do agronegócio capixaba e às contribuições apresentadas durante os debates. O internauta poderá referendar duas sugestões ou selecionar uma e enviar uma nova sugestão para ser incluída na base de dados no Pedeag 3.

Agendas do Pedeag 3
Data: 12-11-2015 - 14:00
Frutas para indústria
Nome: Frutas para Indústria (Pedro Canário)
Local: Escola Estadual de Ensino Médio Manoel Duarte da Cunha (Rua Antônio Guedes Alcoforado, 195 – Bairro Colina – Pedro Canário
Data: 12-11-2015 - 08:30

Frutas para indústria
Nome: Frutas para Indústria (Barra de São Francisco)
Local: Auditório da Semec (Antigo Colégio Santa Teresinha – Centro – Barra de São Francisco)
Data: 13-11-2015 - 08:30

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27 98849 9814 - 27 3636-3700
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