03/11/2014 12h39 - Atualizado em 07/03/2017 15h04

Parasita raro provoca morte de gado no Estado


O Espírito Santo montou uma “força tarefa” para combater a incidência do parasita Trypanosoma vivax, que pode causar num curto espaço de tempo a morte de bovinos, bubalinos, ovinos e caprinos e sérios prejuízos aos produtores rurais. A enfermidade, rara em terras capixabas, tem cura e por ser uma doença tratável não há necessidade de sacrificar o animal doente e nem de interditar a propriedade rural.

Com a ameaça, o Governo do Estado, por intermédio da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), solicitou ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) a liberação da importação de medicamentos eficazes para combater o parasita, que já foi identificado em rebanhos nos municípios de Aracruz e João Neiva, provocando a morte de 120 de cabeças de gado e prejuízos na ordem de R$ 360 mil.

“Os prejuízos podem ser bem maiores, pois há possibilidade de mortes de animais não identificadas. Em caso de suspeita de sintomas, os pecuaristas devem procurar o Idaf ou veterinários da assistência técnica privada, pois o Governo do Estado precisa construir o mapeamento desta doença para facilitar as medidas de prevenção e também curativas, por meio da quantificação de medicamentos eficientes que serão liberados para importação”, destaca o secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli.

O Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Espírito Santo (Faes), a UVV e outros parceiros estão reunindo veterinários, técnicos, acadêmicos e agentes de extensão rural, com atuação no setor público e na rede privada, para nivelar informações sobre a incidência do parasita, identificação dos sintomas e sinais clínicos para o trato indicado aos animais.

Orientações ao produtor rural

Além de notificar o Idaf, ao notar a presença de um dos sintomas da doença (perda de peso, diminuição da produção leiteira e de carne, fraqueza, entre outros) nos animais, o produtor deve procurar os profissionais das cooperativas ou médico veterinário responsável pelo rebanho.

A transmissão do parasita acontece por insetos hematófagos e pelas seringas utilizadas para vacinação intravenosa no rebanho, como para a aplicação de ocitocina. Já a vacinação contra febre aftosa, por ser subcutânea, não oferece riscos ao animal.

Outras recomendações:

- Realizar o manejo adequado do rebanho, que inclui a utilização de agulhas e seringas descartáveis para vacinas intravenosas.

- Realizar exames laboratoriais periódicos no rebanho para facilitar a identificação da doença antes mesmo da manifestação dos sintomas e que o gado doente transmita a tripanossomose para os animais sadios.

Identificação da doença

O diagnóstico é feito por meio de hemograma e pesquisa hematológica do parasita. As amostras devem ser mantidas resfriadas (sem contato direto com o gelo) e remetidas a laboratório em, no máximo, 36 horas. No Espírito Santo, há laboratórios que realizam o exame em Vila Velha e João Neiva.

A doença

A tripanossomose é uma doença que ataca principalmente os bovinos, mas pode atingir os ovinos, caprinos e bubalinos também. Causada pelo protozoário Trypanosoma vivax, não é uma zoonose, ou seja, não atinge os humanos. Ela só é fatal em quadros agudos, mas o gado doente perde peso e diminui a produtividade de leite. Os demais sintomas são febre, quadro progressivo de letargia (animais ficam deitados por muito tempo) e lacrimejamento, entre outros.

A tripanossomose é transmitida por insetos hematófagos, como a “mosca de estábulo” e os tabanídeos (mutucas) ou pela contaminação por meio de seringas. A doença tem tratamento com o uso de medicamentos, embora alguns ainda sejam proibidos no Brasil, pois não possuem estudos suficientes sobre o resíduo que pode ficar no leite e qual a sua ação no organismo dos humanos. O controle biológico dos vetores (moscas) também se faz necessário para reduzir os surtos, por isso pulveriza-se o gado e também se prepara armadilhas para moscas.

Informações à Imprensa:
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Léo Júnior
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