12/06/2015 15h27 - Atualizado em 07/03/2017 15h07

Estado reativa o Fórum de Sustentabilidade Indígena das comunidades Tupiniquim e Guarani

Nesta quinta-feira (11), o Governo do Estado do Espirito Santo, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) e outras secretarias, definiram ações governamentais prioritárias voltadas para as necessidades das comunidades indígenas do município de Aracruz. O evento aconteceu na aldeia indígena Pau Brasil.



Estiveram presentes representantes das comunidades indígenas - aldeias Caieiras Velha, Areial e Pau Brasil –, da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), do Ministério de Desenvolvimento Agrário do Espírito Santo (MDA), da Prefeitura Municipal de Aracruz, do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), Associação Indígena Tupiniquim e Guarani (AITG), do Plano de Sustentabilidade Tupiniquim Guarani (PSTG) e da empresa Camboas.

O coordenador do evento e gerente de Agricultura familiar da Seag, Luiz Carlos Bricalli, iniciou a conversa com as comunidades. O Delegado Federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário do Espírito Santo (MDA), Josean de Castro Vieira, deu continuidade aos exercícios, pontuando as necessidades dos indígenas e as ações que poderiam ser concretizadas posteriormente.



Dentre os assuntos que foram destacados, neste primeiro momento, o foco das ações voltaram-se para os investimentos na produção de milho, feijão e na plantação de Aroeira.

A preparação do solo deverá começar em julho e agosto, em 4 hectares coletivos e com irrigação e outros 16 hectares individuais. Para que a atividade seja realizada, serão cedidos pela Seag um trator e implementos que serão entregues logo em seguida. A Prefeitura Municipal de Aracruz ficou responsável pela entrega de combustível e um operador para o período do plantio.

Fica a cargo do Ministério do Desenvolvimento Agrário do Espírito Santo (MDA) a compra das sementes de milho e de feijão. A empresa Camboas, que desenvolve projetos de sustentabilidade nas comunidades Tupiniquim e Guarani, irá ceder as bombonas, que são tonéis de armazenamento de sementes, além de doar 500 Kg de fosfato e basalto por hectares.

As lideranças definiram que, para cada 2 Kg de sementes produzidas, será devolvido 1 Kg para a Associação Indígena Tupiniquim e Guarani (AIGT), ou durante os próximos fóruns.




Plantio de milho

Serão comprados 2.500 Kg de milho Criolo: 400 Kg será para o plantio coletivo dos 16 hectares, outros 400 kg para o plantio individual de todas as comunidades e os outros 100 Kg serão para a comunidade de Comboios. O excedente desta quantidade será armazenado nas bombonas, para os próximos eventuais plantios.

Serão plantados da seguinte forma: 4ha na aldeia Caieiras Velhas, 3ha na Pau Brasil, 2ha na Irajá, 2ha na aldeia Areal e 1ha para as aldeias Guarani.

Feijão

Será cedido pelo MDA, 1.500 Kg de feijão, sendo 1000 Kg de feijão Preto e 500 Kg de feijão Carioca. Todo feijão será plantado em sequeiras (sem irrigação) e os hectares serão divididos da mesma maneira que o plantio de milho, porém com mais um hectare na aldeia Amarela.

Em contrapartida, a mão de obra será feita pelas comunidades e, desta forma, serão designados cinco integrantes de cada aldeia, que vão trabalhar na área coletiva dos quatro hectares, na aldeia Pau Brasil. Nos outros 12 hectares, as comunidades é que irão decidir que de que forma irão se organizar.

Aroeira

Quem esteve à frente das ações envolvidas com o meio ambiente e o plantio das aroeiras, foi o coordenador do Programa Reflorestar do Espírito Santo, Marcos Sossai, que apoiou os índios, inicialmente, com a doação de mudas para o plantio de, no mínimo, dois hectares por produtor.

Ainda foi tratado, junto ao programa, sobre as dezesseis famílias que já foram cadastradas. Segundo Marcos Sossai, será estudada a possibilidade de doação de insumos como, mudas, adubo, cerca, entre outros, até o final do ano. “Existe a possibilidade de cadastro para novas famílias no ano que vem”, acrescentou.

Diálogos com o Estado

O Fórum dos indígenas foi criado em 2009 e, em abril deste ano, uma comitiva com mais de 20 lideranças da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e da Associação Indígena Tupiniquim e Guarani (AIGT), se reuniu com o governador Paulo Hartung, para discutir as particularidades da cultura indígena e os seus possíveis avanços.

Foram levantadas questões relacionadas à saúde, educação, segurança, agricultura e meio ambiente, além do apoio nas suas atividades produtivas. Diante disso, ficou decidido que haveria novos encontros para que as necessidades fossem colocadas em pauta.


Segundo Bricalli, a reunião foi importante para organizar e sistematizar as diversas demandas apresentadas pelos indígenas, principalmente nas áreas de agricultura e meio ambiente. “Os indígenas também são considerados agricultores familiares e, por isso, precisamos facilitar a chegada das diversas políticas públicas destinadas a eles, como a assistência técnica, os programas de comercialização, entre outros”, afirmou.

Futuro

Para Maria das Dores da Rocha Jorge, Tupiniquim, que vive na aldeia Pau Brasil, a retomada das discussões retrata a “esperança de novos conhecimentos”. O cacique Paulo Henrique Oliveira, também Tupiniquim e morador da aldeia Caieiras Velhas, afirmou estar ansioso com as futuras mudanças que estão por vir. “Agora a expectativa é que a agricultura se junte às outras secretarias e nos abrace”, comemorou.

As próximas discussões serão aprofundadas no próximo dia 7 de julho, onde todos farão uma visita até as áreas de recuperação e, em seguida, novas propostas serão debatidas.

Os indígenas no Espírito Santo

As terras indígenas do Espírito Santo possuem uma área de 14.282 hectares. A terra indígena Comboios tem uma área de 3.872 hectares perfazendo um total de 18.154 hectares.

Nas terras Tupiniquins e Comboios, existe uma população de 3.850 pessoas, com 906 famílias que são distribuídas entre dez aldeias. São elas: Caieiras Velhas, Irajá, Pau Brasil, Boa Esperança, Três Palmeiras, Piraqueaçu, Olho D’água, Areal, Comboios e Córrego do Ouro.

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Texto: Tatiana Caus
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