19/09/2013 14h13 - Atualizado em 07/03/2017 15h29

Encontro técnico sobre manga Ubá discute tratos culturais e potenciais de mercado

Nesta quarta-feira (18), cerca de 150 pessoas dos 17 municípios de abrangência do Polo de Manga participaram do Encontro Técnico sobre manga Ubá, realizado em Colatina. Durante a atividade, promovida pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), houve palestras relacionadas a tratos culturais específicos para a “manguita” e os potenciais de mercado, sobretudo para a indústria de polpa para sucos.

Na palestra de abertura, a pesquisadora e coordenadora de fruticultura Incaper, Adelaide Santana da Costa, relatou o histórico da implantação do Polo de Manga no Espírito Santo. “Iniciamos o trabalho de incentivo à plantação de manga com foco na produção da polpa para indústria em 2003. Nos três primeiros anos, 80 mil mudas foram distribuídas. Inicialmente, o trabalho concentrou-se em Colatina e depois houve a adesão de diversos municípios no entorno”, disse Adelaide.

Ela também destacou a importância da qualidade das mudas entregues para os produtores do polo. “Temos uma grande preocupação com a entrega de mudas de qualidade superior. Realizamos uma vistoria nos viveiros antes de entregá-las ao produtor. Esse é um dos nossos grandes desafios, pois é um passo para uma boa produção”, relatou Adelaide.

Tratos culturais da manga Ubá

Um dos temas de destaque durante o encontro foi o manejo da cultura da manga, abordado pelo professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Dalmo Lopes Siqueira. Ele disse que a diferença da manga Ubá para as demais é a sua qualidade para o suco. “Ela possui mais sabor e coloração”, disse o professor.

Além disso, ele afirmou que a manga Ubá necessita de tratos culturais. “Pelo fato de a manga Ubá ser bastante resistente, criou-se o mito de que ela não precisa de tratos culturais. No entanto, existe uma grande diferença entre a mangueira apenas sobreviver na propriedade e ela produzir para a indústria. Neste caso, os tratos culturais são fundamentais para uma boa produtividade”, explicou Dalmo.

Durante sua palestra, ele também abordou questões relacionadas ao tipo de solo para o cultivo da mangueira, clima e floração da planta, implantação de pomares, espaçamento, poda, adubação e ponto de colheita. Na ocasião, relatou experiências da produção de manga Ubá na Zona da Mata Mineira.

A adubação da mangueira foi outro ponto abordado com ênfase durante o Encontro Técnico. O extensionista do Incaper, Cássio Vinícius de Souza, destacou a importância da realização da análise do solo e da análise foliar. “Por meio da análise do solo, verificam-se de que nutrientes o solo necessita. A recomendação da adubação será feita em função disso”, explicou.

Perspectiva de mercado

A perspectiva do mercado de sucos no Brasil e no mundo foi abordada pelo gerente da Leão Bebidas e Alimentos, Maurício de Sá Ferraz. Ele apontou diversas exigências do público consumidor no que se refere a bebidas e afirmou que o suco tem conquistado bastante espaço entre os consumidores. “As pessoas têm passado muito tempo fora de casa, o que faz com que a maioria das refeições ocorra na rua. Porém, muitos querem manter uma dieta mais saudável e preferem o suco ao refrigerante”, afirmou.

Em relação ao consumo do suco da manga, ele disse que foi ampliado em torno de 12%. “Conforme a demanda de mercado, serão necessárias 60 mil toneladas de fruto em 2024. Desse total, metade será de manga Ubá”, explicou Maurício.

Avaliação do encontro

Para o produtor de Colatina Eduardo Gabler, que comercializa manga Ubá há cinco anos, o encontro foi excelente. “Percebemos que se o pomar não for bem conduzido, haverá dificuldade de colher a fruta. Também aprendemos a como conduzir a mangueira para florar na época certa”, disse Eduardo. Ele possui 20 hectares de manga e vende cerca de duas mil caixas por ano.

“Após o encontro, nosso desafio será aplicar, na prática, todo esse conhecimento. A manga é um bom negócio para diversificar as culturas na propriedade”, disse Luiz Carlos Caliari, produtor de Colatina. Ele produz 20 toneladas de manga por ano.

Para o coordenador do Polo de Manga, César Santos Carvalho, o evento foi um divisor de águas para a cultura da manga no Estado. “A partir de agora, teremos que adotar mudanças no manejo da cultura e avaliar qual a melhor época para a realização da poda. Como existem poucas pesquisas sobre a manga Ubá, o Incaper tem a perspectiva de avançar em relação a isso, com a introdução de unidades experimentais próprias e em propriedades de agricultores”, relatou César.

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