24/09/2015 08h36 - Atualizado em 07/03/2017 15h10

Cana-de-açúcar é tema de oficina do Pedeag em Itapemirim




Produtores de vários municípios do Estado debateram sobre as oportunidades e os desafios do agronegócio de cana-de-açúcar no Estado em mais uma oficina do Pedeag 3. A oficina foi realizada nesta quarta-feira (23) na Universidade Aberta do Brasil (UAB), no município de Itapemirim e o especialista convidado foi o engenheiro agrônomo, Nelson Hélio Zanotti.

O subsecretário de Desenvolvimento Agropecuário da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), Marcelo Suzart, deu as boas vindas aos participantes e apresentou os objetivos do plano estratégico para o desenvolvimento da agricultura, o Pedeag 3.



Marcelo relembrou que sustentabilidade e valorização do produto e a sua qualidade, especialmente a partir das inovações tecnológicas, são as marcas prioritárias para o desenvolvimento do setor agropecuário do século XXI. Também disse que o agronegócio no Estado responde por cerca de 30% do PIB Estadual e absorve, aproximadamente, 40% da população economicamente ativa, da qual 28% estão diretamente ligadas à produção.

Elevar a renda dos produtores, favorecer o adensamento dos arranjos produtivos, implementar e integrar as políticas de desenvolvimento agropecuário, dando foco à sustentabilidade em suas diversas dimensões, são alguns desafios para o setor que também foram destacados por Marcelo Suzart.

Nelson Hélio Zanotti iniciou as apresentações com um breve histórico sobre as crises e as superações do setor no Espírito Santo. “A cana-de-açúcar sobreviveu para contar sua própria história e testemunhou impassível nestes quase cinco séculos de existência em solo brasileiro a resistência indígena, a luta dos negros africanos e brasileiros por liberdade nas senzalas, a opulência dos senhores de engenho nas casas-grandes, o período colonial, o Império, a República, o Estado Novo, as tentativas de democratização, o golpe militar de 64, a redemocratização e a Constituição de 1988”, destacou.

Zanotti também falou sobre as propriedades da cana, seu potencial biológico e características para um ambiente saudável e produtivo. “Com o crescimento da população, existe mais poluição e, por isso, devemos dar atenção às ações sustentáveis”, lembrou.

De acordo com o especialista, existem fatores facilitadores do setor no Espírito Santo: o Estado tem excelente localização geográfica; boa rede viária interna e de acesso a outros Estados; boa infraestrutura portuária para a exportação de açúcar; existe um grande potencial de expansão da demanda visto que os estados vizinhos (MG, BA e RJ) são importadores de açúcar e álcool; o Estado possui pontos de energia dispersos, reduzindo o custo de transporte e energia, com um custo menor comparativamente a outras fontes de geração de energia elétrica, entre outros.



“A cana-de-açúcar no Brasil vale por muitas florestas do mundo, pois cada hectare absorve 220 toneladas de gás carbônico por ano e libera 140 toneladas de oxigênio por hectare por ano, sendo, portanto, uma verdadeira fábrica de ar puro, ou seja, a cana-de-açúcar faz uma faxina atmosférica sem cobrar nada”, completou.

Por outro lado Zanotti alertou para diversos fatores limitadores e que deverão ser sanados ao longo do desenvolvimento desta cadeia produtiva, como a pouca fiscalização na introdução de variedades de regiões que possuem pragas inexistentes em nosso meio, gargalos que tivemos na produção devido a déficit hídrico, lentidão na multiplicação de variedades promissoras, a burocracia e lentidão de alguns órgãos, pouca assistência técnica aos fornecedores de cana, baixa eficiência industrial com falta de investimento em modernização e intromissão de grandes produtores de outros estados no mercado capixaba, alterando os preços sem nenhuma reação, são alguns deles.

Para o secretário de Agricultura de Itapemirim, Luciano Henriques, “devido ao período de seca, tivemos problemas na produção e, por isso, os diálogos do Pedeag vêm ao encontro dos avanços no setor que pretendemos alcançar”.

O produtor rural de cana-de-açúcar do município de Itapemirim, Iran José Rosa, pediu ao Estado mais apoio aos produtores rurais. “Nós esperamos por mais subsídios, como foram dados a produtores de outros estados também, para que possamos agregar valor à nossa produção e crescer”.

Cana-de-açúcar

A área plantada de cana de açúcar nos últimos 10 anos na Região Sudeste e no Brasil se mantém de forma estável, sem grandes variações e permite fazer uma análise da relação entre a área plantada em 2005 para 2006 com a previsão da safra para 2015/ 2016, em que se observa um aumento de aproximadamente 0,65%.
Para viabilizar o cenário “Crescimento”, existe uma série de desafios e recomendações de políticas para o setor, conduzidas por uma agenda orientada para a competitividade.

Médio prazo:

• Fomentar a construção de greenfields e a cogeração (bioeletricidade). Nesse sentido, a Frente Parlamentar do Setor Sucroenergético sugere incentivos à bioeletricidade (cogeração) por meio de leilões públicos dedicados (por fontes de energia) e que incorporem adequadamente as externalidades positivas no seu preço;
• Maior transparência na política de formação de preços de derivados do petróleo;
• Tributação diferenciada que reconheça diferença de conteúdo energético entre gasolina e etanol (paga-se mais imposto por Km rodado com etanol do que com gasolina) e reconheça suas externalidades ambientais e de saúde pública.

Longo prazo:

• Garantir previsibilidade, estabilidade jurídica, e sinalização ao mercado: política transparente de fixação de preços dos combustíveis;
• Investir em inovação e tecnologia (criação de fundos de pesquisas): reduzir os custos de produção;
• Promover a qualidade dos produtos (custos menores, melhor energia e performances ambientais).

Informações à Imprensa:
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Texto: Tatiana Caus
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