04/09/2015 12h52 - Atualizado em 07/03/2017 15h09

Cadeia produtiva do café arábica é tema de mais uma oficina do Pedeag 3



Com um público de mais de 100 pessoas, o município de Brejetuba recebeu, na tarde desta quinta-feira (03), a oficina do Pedeag 3 que discutiu a cadeia produtiva do café arábica. Dessa vez o especialista convidado foi o agente de Desenvolvimento Rural do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) Fabiano Tristão. Ele é engenheiro agrônomo e especialista em café e falou sobre a evolução do arábica no Espírito Santo e sobre as perspectivas de crescimento e desenvolvimento do setor para os próximos anos.

O secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), Octaciano Neto, deu as boas-vindas aos participantes e, em seguida, o subsecretário de Desenvolvimento Agropecuário da Seag, Marcelo Suzart, apresentou um breve panorama do agronegócio no Espírito Santo, relembrando que o setor agropecuário do século XXI deve ter o foco em sustentabilidade e inovação tecnológica. “Investir em sustentabilidade no agronegócio é fundamental para que possamos caminhar em sintonia com o modelo de desenvolvimento exigido pela sociedade atual”, destacou.

O especialista convidado, Fabiano Tristão, apresentou um panorama do cenário do café arábica no mundo, no Brasil e no Espírito Santo. “A cafeicultura está presente em mais de 60 países, movimenta cerca de R$ 85 milhões por ano e envolve 8% da população mundial”, disse. Segundo Fabiano, a produção de café estimada para esse ano é de 153 bilhões de sacas, sendo que o arábica representa 57% deste total. “Mesmo em cenários de crise, o consumo de café continua crescendo e devemos nos posicionar para atender o mercado”, completou.

O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo e o segundo maior consumidor depois dos Estados Unidos. De acordo com Fabiano, o Espírito Santo produz, por ano, em torno de 9,9 milhões de sacas de conilon e 3 milhões de sacas de arábica. “Além disso, o café participa com 43,60% do valor do valor bruto da produção agrícola capixaba”.



Problemas e desafios

Fabiano Tristão também chamou a atenção para alguns obstáculos, como a escassez da mão de obra, que representa 60% do custo de produção. Além disso ele destacou a necessidade de investimentos no aumento da produtividade, no manejo adequado do solo, em tecnologias com foco em sustentabilidade e na valorização das questões ambientais e sociais.



Outras contribuições para que o cenário da cafeicultura continue em ascensão também foram ressaltadas pelo especialista. São elas: agregar valor ao café, reforçando a sua marca; ampliar a assistência técnica e rural - públicas e privadas; ampliar as organizações de produtores, cooperativas e associativismo; melhorar a gestão das propriedades; valorizar os cafés de qualidade superior; melhorar as metodologias de previsão de safra; integrar as diversas instituições das cadeias produtivas; e retomar a Câmara Setorial do Café.

Por fim, o especialista pontuou algumas das perspectivas para a produção de café arábica para os próximos anos. Entre os pontos ressaltados por ele estão: o desenvolvimento de uma cafeicultura mais adensada, com poda programada, focada em sustentabilidade, com uma produtividade acima de 30 sacas/há; lavouras adaptadas à semi-mecanização; menos mão de obra e mais qualificação do trabalho; cafeicultura focada na valorização dos cafés especiais, de indicação geográfica e os produzidos de forma sustentável e a necessidade de mais organização dos agricultores e diversificação das produções.


Contribuições do Pedeag 3

Em seguida, produtores rurais, representantes de entidades ligadas à produção e comercialização do arábica, pesquisadores e lideranças comunitárias e cooperativistas da região puderam apresentar sugestões, acompanhar um panorama do setor e discutir seus principais desafios e oportunidades.

O produtor rural Joselino Meneguetti, da comunidade de Rancho Dantas, destacou que a oficina foi muito importante para que os participantes pudessem agregar conhecimento às suas atividades no campo. Segundo ele, a troca de experiências e o diálogo com os órgãos do Governo é fundamental para o desenvolvimento sustentável da cafeicultura. “O que mais chamou a minha atenção foram as orientações relacionadas ao manejo do solo e à preservação das nascentes, como boas práticas agrícolas”.

O diretor técnico do Incaper, Lucio De Muner, afirmou que os municípios devem traçar um plano de incentivo de desenvolvimento rural, com a união das instituições do Governo, para assessorar os agricultores e também fortalecer o Fórum dos Secretários Municipais de Agricultura.

Café no mundo

O café é uma atividade desenvolvida em todos os municípios capixabas. No ano de 2014 a produção de café foi de 12,8 milhões de sacas. O Espírito Santo é o 2º maior produtor brasileiro de café, com expressiva produção de conilon e arábica. O café arábica é a principal fonte de renda em 80% das propriedades rurais capixabas localizadas em terras frias e montanhosas. O Estado é o 3º maior produtor de arábica do Brasil, atrás apenas dos estados de Minas Gerais e São Paulo. A produção anual fica entre 2,8 a 3,5 milhões de sacas.

Atualmente, existem 150 mil hectares de café arábica em produção, em 48 municípios capixabas, com 53 mil famílias na atividade. O setor gera 150 mil empregos diretos e indiretos.


O Pedeag 3

As prioridades e diretrizes para o desenvolvimento do setor agrícola até 2030 estão sendo definidas pela Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), em conjunto com produtores rurais e representantes das diversas cadeias produtivas do agronegócio. Até novembro serão realizadas 52 oficinas de trabalho em todas as regiões do Espírito Santo, que servirão de base para a formulação do Plano Estratégico de Desenvolvimento da Agricultura Capixaba, o Pedeag 3.

O Pedeag 3 é um instrumento de análise do cenário atual e futuro que visa estabelecer estratégias e iniciativas que possam ser planejadas, geridas e implantadas. O primeiro foi elaborado em 2003, a partir de uma iniciativa pioneira na história recente da agricultura capixaba. Logo o Pedeag se transformou na principal ferramenta de planejamento do setor agrícola do Estado. Em 2008, a Secretaria de Estado da Agricultura elaborou o Novo Pedeag, mantendo as linhas e diretrizes da primeira versão, mas aprofundando a visão estratégica por culturas e regiões capixabas.

O Pedeag 3 irá reunir os avanços obtidos nas duas versões anteriores do Plano, com uma abordagem centrada na inovação, no empreendedorismo e na sustentabilidade. Será formulado a partir da análise de cenários e da elaboração de diagnósticos, identificando oportunidades e desafios, estabelecendo objetivos e metas e definindo programas e ações a serem implantados para promover o desenvolvimento do agronegócio capixaba. Tudo isso alinhado com a análise de temas transversais, tais como capital humano, tecnologia e capacidade de inovação, organização da produção, logística e comercialização, dentre outras.

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Texto: Tatiana Caus e Daniel Simões
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