04/10/2013 15h20 - Atualizado em 07/03/2017 15h31

Agricultores de João Neiva conhecem novas tecnologias para o café conilon



Nesta sexta-feira (04), cerca de 400 agricultores estiveram presentes no XV Encontro de Agricultores de João Neiva, realizado na comunidade de Barra do Triunfo. Na ocasião, os cafeicultores puderam conhecer tecnologias sustentáveis para o café Conilon e as novas variedades clonais. A atividade foi realizada pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), em parceria com a Prefeitura Municipal de João Neiva.

De acordo com o chefe do escritório do Incaper, Danilo Sanson, o encontro já se tornou uma tradição no município. “As tecnologias do café vão evoluindo ao longo dos anos e o produtor tem necessidade de acompanhar. Por isso, além das atividades de assistência técnica e extensão rural realizadas dentro da propriedade pelo Incaper, organizamos esse encontro para reunir todos os agricultores e apresentar de que maneira as tecnologias estão sendo aprimoradas”, disse Danilo.

Ele também disse que a comunidade de Barra do Triunfo, onde o encontro tem sido realizado anualmente, concentra um grande número de cafeicultores. “O município de João Neiva produz, em média, 40 sacas de café por hectare. Apenas a comunidade de Barra do Triunfo produz de 70 a 80 sacas por hectare, com potencial para 120 sacas”, explicou Danilo. Ele também disse que essa atividade tornou-se um dia de confraternização para os agricultores da localidade, que aproveitam a ocasião para troca de experiências.


Tecnologias sustentáveis para o café conilon

Durante o encontro, os pesquisadores do Incaper, Romário Gava Ferrão, Maria Amélia Ferrão e Aymbiré Fonseca apresentaram as tecnologias desenvolvidas pelo Instituto para a área de cafeicultura. O Diretor-presidente do Incaper, Evair Vieira de Melo, também esteve presente no evento.
“Estamos passando por um período de crise. Por isso, a utilização correta das tecnologias e o investimento na profissionalização da cultura cafeeira é essencial. O Incaper, em parceria com outras instituições, continua trabalhando para o avanço tecnológico na agricultura”, disse Evair Vieira de Melo.

Um dos temas abordados foi o manejo da cultura do café. “O manejo da cultura consiste de um importante conjunto de tecnologias, desde a escolha da área a ser cultivada dentro da propriedade até o momento da classificação, armazenamento e comercialização do produto. Para renovar a lavoura, é preciso escolher uma área apropriada dentro da propriedade. É importante não tirar toda a vegetação para não expor o solo à erosão”, disse Aymbiré. Ele também disse que a definição da variedade bem como a procedência de mudas de qualidade comprovada e de variedades apropriadas são práticas fundamentais para o êxito da lavoura.

Outros pontos abordados foram a seleção e aclimatação de mudas, preparação do solo para plantio, espaçamento e densidade de hastes, profundidade das covas. “Menores espaçamentos devem ser utilizados prioritariamente em áreas com solos mais pobres, em sistemas de cultivo não irrigados e com pouca condição de cumprir as recomendações de adubações preconizadas”, afirmou Aymbiré.
Ele também disse que, em solos mais férteis, com sistema de produção irrigado, e nos quais se pretende empregar as recomendações técnicas indicadas, as plantas tendem a maior crescimento vegetativo, e, neste caso, o espaçamento deve ser mais largo, com menor densidade de plantas numa determinada área. Tudo isso precisa ser levado em consideração no momento do planejamento da atividade.

O pesquisador recomendou também que o plantio dos diferentes clones de uma dada variedade deve continuar a ser feito “em linhas”, pois embora reunidos em uma única variedade, possuem maturação gradativa, dentro do mesmo grupo ou variedade, explicou Aymbiré.

Além disso, ele abordou a importância da adubação e calagem, bem como a necessidade de realizar a análise do solo e de folhas visando à recomendação correta de nutrientes a ser utilizada. “A calagem e as adubações devem ser feitas nas faixas de plantio, onde se concentra o sistema radicular funcional, de forma que os nutrientes sejam absorvidos pelas eficientemente pelas plantas”, afirmou o pesquisador.


Novas variedades de café conilon

Durante o encontro, o pesquisador Romário Gava Ferrão apresentou as três variedades clonais de café conilon lançadas recentemente pelo Incaper: Jequitibá, Diamante e Centenária. “Atualmente, o que há de mais moderno no conilon são as novas variedades. Elas proporcionam maior sustentabilidade e bebida de melhor qualidade. Como possuem tempos de maturação diferentes, elas contribuem para escalonar a mão-de-obra durante colheita, uma vez que esta poderá ser feita em tempos diferentes”, explicou Romário.

Durante sua palestra, o pesquisador recomendou que os nove clones de cada variedade sejam plantados simultaneamente e em linha. “A propagação das novas variedades é feita por estacas e é imprescindível que os nove clones de cada variedade sejam plantados a fim de que o resultado seja efetivo”, disse Romário.

Ele também informou que cerca de 100 viveiristas de 53 municípios estão reproduzindo mudas das novas variedades. A partir de 2015, cerca de 35 milhões de mudas dessas cultivares serão disponibilizadas por ano ao produtor.


Cafeicultores melhoram produção de café com tecnologias do Incaper

O café possui grande importância econômica para as famílias agricultoras capixabas. Cerca de 78% do conilon do Brasil sai do Espírito Santo. Esses resultados devem-se, em grande medida, às tecnologias desenvolvidas pelo Incaper ao longo de anos de pesquisa. Essa realidade pode ser observada no cotidiano de diversos agricultores da comunidade de Barra do Triunfo.

“Eu participo desde o primeiro encontro de produtores. Logo no início, eu não sabia trabalhar com as tecnologias. Fui aprendendo com o tempo e com orientação do Incaper. Adotei as variedades recomendadas e obtive retorno econômico. Há 15 anos, eu produzia de 15 a 20 sacas por hectare. Hoje, produzo de 70 a 75 sacas”, afirmou o produtor Fernando Batista.

Essa opinião é compartilhada por João Luiz Bazatto. Ele ampliou sua produção de 30 para 80 sacas por hectare nos últimos 10 anos. “Novas tecnologias têm sido lançadas e temos a oportunidade de conhecê-las, pois esse encontro reúne, além de autoridades políticas, autoridades técnicas da área agrícola”, afirmou João.

Um outro exemplo é o produtor Gustavo Masolini. Ele ampliou sua produção de 70 a 80 sacas por hectare para cerca de 160 sacas. “A elevação da produtividade foi grande graças à adoção de tecnologias e técnicas de manejo, como adubação, irrigação e adoção de novas variedades”, afirmou Gustavo.

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