13/05/2015 13h42 - Atualizado em 07/03/2017 15h07

A cultura da taioba: fonte de Vitaminas A e C


A taioba pertencente à família Araceae, da qual estão inclusas cerca de três mil espécies, entre elas o taro e diversas plantas ornamentais como o comigo-ninguém-pode e o copo-de-leite. É uma planta tropical, duradoura, rizomatosa, ou seja, que emite as suas raízes no solo, atingindo até dois metros de altura.
A vitamina A, encontrada na taioba, auxilia na visão, ajuda a manter a integridade e as células da pele, ajuda no crescimento de cabelos, atua como antioxidante e na prevenção do câncer. A vitamina C atua como resposta imunitária às células do organismo, ajuda no crescimento saudável das células dos ossos e auxilia na utilização eficiente do ferro.

O talo da taioba é ricamente constituído por carboidratos, porém não é tão consumido quanto as folhas pelos brasileiros. Na composição do vegetal encontram-se ainda cálcio, fósforo, ferro, proteínas, e vitaminas B1, B2.

Tanto o talo quanto as folhas apresentam os mesmos elementos, apenas em proporções diferentes. O valor energético para cada 100g de talo é de 24 calorias, enquanto que nas folhas, são 31 calorias para as mesmas 100g.
Segundo a nutricionista Matilde Alves, a taioba fornece em cada 100g do alimento 4,5g de fibra, e nunca deve ser consumida crua. “A verdura possui oxilatos de cálcio que são capazes de irritar a garganta. Apesar disso, seu cozimento não prejudica a oferta de minerais importantes como o magnésio e o ferro,” relata.

Segundo dados do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort) da CEASA, dentre as regiões maiores produtores de taioba no estado, destacam-se Santa Maria do Jetibá, Marechal Floriano, Cachoeiro do Itapemirim, Marilândia e Baixo Guandu, respondendo, respectivamente, por 28, 20, 13, dez e nove por cento, dos 26.259 quilos comercializados no ano de 2014.

Segundo os dados do Prohort, nos últimos anos, também ocorreu um aumento na comercialização da taioba no estado saindo de 14.706 quilos, em 2010, para 26.259 quilos, em 2014. Sendo que até o mês de março deste ano, já foram contabilizados 14.519 quilos.

Segundo o Engenheiro Agrônomo e Pesquisador na área de Fitotecnia do Incaper, Luiz Fernando Favarato, a taioba pode ser cultivada em ampla faixa de condições ambientais, mas desenvolve-se melhor em regiões de clima quente e úmido, sob temperaturas acima de 25°C. Quando a temperatura média cai abaixo de 15°C ou quando cessam as chuvas ocorre perda das folhas e a planta entra em dormência. Ele ainda dá algumas dicas de plantio e cuidados relacionados à verdura.

Quais são as formas de plantio da taioba?

O plantio é realizado por meio de pedaços de cormo ou com rebentos laterais. Os rebentos surgem próximos ao colmo principal e deverão ser tirados para esta etapa. As covas deverão possuir de seis a dez centímetros de profundidade, espaçadas de um metro a 1,3 metros entre as plantas ou de um metro entre as linhas, e 40 a 50 centímetros entre as plantas. O cultivo da taioba pode ser realizado o ano inteiro, em regiões tropicais e equatoriais, enquanto, em regiões subtropicais ou tropicais de altitude, o cultivo é restrito à época mais quente do ano - setembro a dezembro -, permanecendo a cultura em dormência durante o período frio e/ou seco do ano.

De que forma é feita a colheita?

O ciclo da cultura é de nove a doze meses após o plantio, mas a colheita das folhas pode ser feita gradativamente a partir de 60 a 75 dias após o plantio, assim que elas apresentam tamanho em torno de 30 a 40 centímetros de comprimento, fazendo-se novas colheitas sempre que as folhas atingem este tamanho. Após colhidas, as folhas são lavadas e amarradas em maços com cinco a sete folhas para a comercialização.

Elas devem ser colhidas sempre novas, pois, folhas mais velhas ou estressadas por falta de água, por exemplo, concentram cristais de oxalato de cálcio em níveis que causam incômodo (coceira nas mucosas e sensação de asfixia). “As folhas de taioba apresentam tempo de prateleira relativamente curto, sendo que após um dia em temperatura ambiente as folhas já começam a amarelecer”, acrescentou. O rendimento pode chegar a dois quilos de folhas por planta durante o ciclo de oito meses, o que equivale a 40 toneladas. No caso de rizomas, a colheita é feita a partir de sete a oito meses e, para aumentar a sua produção, deve-se reduzir a colheita de folhas. A produtividade pode atingir mais de 20 toneladas.

Quais são as principais pragas e doenças?

Apesar de ser bastante tolerante a pragas e doenças, alguns problemas podem ser observados durante o desenvolvimento da cultura, como a incidência do “broca do inhame”, o besouro que causa pequenos furos no rizoma, inviabilizando-os para o consumo. Além disso, existem fungos que causam manchas nas folhas, bactérias que originam necrose nas suas bordas e vermes conhecidos como o “nematoides-das-galhas”, que podem atacar os rizomas.

Quais são os principais tratos com o plantio da taioba?

A cultura deve ser mantida sob baixa competição por plantas daninhas, por meio de capinas manuais ou mecânicas. Deve-se irrigar conforme a necessidade, não havendo recomendações específicas para a cultura. Em geral, a taioba é cultivada durante o período chuvoso, o que dispensa a irrigação, ficando em dormência no período seco do ano. Em lavouras comerciais, é importante a irrigação para prolongar o período de colheita quando houver déficit hídrico. O uso de cobertura morta do solo, além de auxiliar no controle de plantas daninhas, reduz a perda de água por evaporação mantendo a umidade e a temperatura do mais uniforme.

A nutricionista Matilde Alves, ainda dá uma dica de um saboroso arroz com taioba.

Arroz de Taioba

Ingredientes
5 copos de arroz
1 colher (sopa) de manteiga
1 pacote de queijo ralado
4 folhas (médias) de taioba

Como fazer

Pique a taioba em tiras bem finas, deixando-as molhadas e reserve. Em uma panela, derreta a manteiga, adicione a taioba e mexa até que ela desmanche e vire um creme.
Misture o arroz já pronto, adicione o queijo e mexa devagar até o arroz ficar bem verdinho.

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Texto: Rafaely Lyra e Tatiana Caus
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