11/08/2020 14h20

'ATER e as relações de gênero no campo' é tema de curso

Foto: Claudio Costa
Ao todo, 70 técnicos estão previstos para participarem da capacitação on-line.

Com o objetivo de promover a formação e o aprimoramento conceitual e metodológico para técnicos do projeto "Elas no campo e na pesca” sobre questões de gênero, divisão sexual do trabalho e autonomia feminina no meio rural, a Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e pesca (Seag) e o Instituto Capixaba de pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) realizam, de forma virtual, entre os dias 10 de agosto e 09 de setembro, o curso “ATER e as relações de gênero no campo”.

Temas como o feminismo, machismo e patriarcado, políticas públicas para mulheres no Brasil e no Espírito Santo, metodologias participativas adequadas para projetos de ATER com mulheres rurais e da pesca, entre outros, vão ser debatidos ao longo do curso.

“O nosso foco na Seag é promover a visibilidade, a valorização do trabalho feminino e a autonomia econômica e financeira das mulheres, por meio da assistência técnica, do acesso ao crédito e às políticas públicas e do apoio ao empreendedorismo. Em 2019, junto com o Incaper, conseguimos atender 554 mulheres com cursos, oficinas e demais ações. Já em 2020 foram quase 600 mulheres. Isso mostra o nosso compromisso com o protagonismo das mulheres nas mais diversas áreas e cadeias produtivas”, ressaltou o secretário de Estado da Agricultura, Paulo Foletto.

A coordenadora de projetos da Seag, Patricia Ferraz, explicou que no começo do projeto os técnicos pediram uma formação na área de gênero para atuar de forma mais segura e participativa possível. “Essa formação iria ocorrer presencialmente. No entanto, em função da pandemia, nós tivemos que fazer essa adaptação.  Estamos promovendo o aprimoramento e a qualidade das ações de Ater do "Elas no campo e na pesca". Para isso, convidamos profissionais com ampla experiência em Extensão Rural e em projetos voltados para as mulheres ministrarem as aulas”, disse.

“A nossa sociedade está naturalizada com as desigualdades, especialmente as de gênero, e isso contribui para o exercício de ATER pautado em condutas pouco inclusivas. A melhor forma de se romper com esses padrões androcêntricos depende de uma concepção mais crítica sobre o que é machismo, patriarcado, feminismo e desenvolvimento. A capacitação dos extensionistas rurais em Ater feminista pode contribuir para aprimorar a atuação dos agentes e a utilização de métodos e ferramentas que permitam identificar, problematizar e trazer à consciência dos atores sociais sobre as desigualdades de gênero e, assim, fazer o seu papel de mediadores no processo de desenvolvimento”, destacou a extensionista do Incaper, Alessandra Maria da Silva.

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