Pesquisa avalia impactos da pandemia na comercialização de alimentos saudáveis
Como está a comercialização de alimentos orgânicos e agroecológicos diante da pandemia? Extensionistas do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) iniciaram uma pesquisa para avaliar os impactos do novo Coronavírus na venda direta destes produtos na Grande Vitória.
Segundo a gerente de Assistência Técnica e Extensão Rural (Gater) do Incaper, Jaqueline Sanz, que integra o grupo, a pesquisa trará informações importantes por estar baseada na realidade de agricultores capixabas que comercializam diretamente em diferentes pontos da Grande Vitória (grande polo consumidor), e por representarem a maior parte de produtores orgânicos e agroecológicos do Estado do Espírito Santo.
“Neste período de intensas e rápidas mudanças na relação agricultor-consumidor, é preciso ter conhecimento da realidade para subsidiar, inclusive, respostas do poder público e também contribuir para a troca de experiências entre os próprios agricultores. Além disso, será razoável inferir possíveis mudanças de comportamento dentro de circuitos curtos de comercialização de alimentos orgânicos e agroecológicos”, pontuou Jaqueline Sanz.
Para a coordenadora técnica de agroecologia do Incaper e também integrante do grupo, Andressa Alves, a pesquisa deve revelar os impactos da pandemia na comercialização de alimentos orgânicos e agroecológicos, considerando as estratégias adotadas pelos agricultores para viabilizar a comercialização da produção.
“A expectativa é de que a pesquisa permita indicar as principais medidas que os agricultores tomaram frente às mudanças impostas, trazendo luz aos impactos e efeitos na produção, distribuição e comercialização, indicando, também, as principais mudanças no cotidiano desses agricultores”, revelou Andressa Alves.
A pesquisa já começou a ser aplicada por meio de um formulário digital. “A pesquisa é realizada por meio de questionários com perguntas abertas e fechadas direcionadas a agricultores orgânicos e agroecológicos que comercializam diretamente na Grande Vitória. A previsão de encerramento da aplicação dos questionários é até a última semana de junho, e a divulgação dos primeiros resultados deve ocorrer em meados de julho”, acrescentou Jaqueline Sanz.
“Os agricultores orgânicos e agroecológicos que comercializam diretamente seus produtos representam mais de 160 famílias, distribuídas em 32 espaços, como feiras, empresas, instituições públicas, e demais modalidades de comercialização direta, nos municípios de Serra, Vila Velha, Vitória e Guarapari. Conhecer suas avaliações e respostas nos ajudará a compreender e responder, no futuro, a novas demandas por soluções na área”, disse Rachel Quandt Dias, coordenadora de Segurança Alimentar e Estruturação da Comercialização do Incaper, e também integrante do grupo de pesquisadores.
Outro participante do grupo é o extensionista do Incaper Galderes Magalhões. Ele coordena o Centro Regional de Desenvolvimento Rural (CRDR) Central Serrano, onde se localiza boa parte dos municípios produtores. “Algumas tendências já são visíveis sem a pesquisa, mas é com uso de um método de coleta e análise de dados que poderemos, com mais certeza e veracidade, compreender melhor os impactos e como os agricultores estão respondendo a tudo isso”, afirmou.
Texto: Juliana Esteves, Jaqueline Sanz