Mulheres do Café: Dia de Campo reuniu mais de 200 participantes na região do Caparaó
O município de São José do Calçado, na região do Caparaó capixaba, recebeu nessa quinta-feira (19) o primeiro Dia de Campo para Mulheres do Café. Mais de 200 participantes compareceram ao evento, na localidade de Alto Calçado, para aprender mais sobre a produção de cafés especiais, por meio de palestras e uma oficina ministradas por especialistas.
Inédita no Estado, a ação faz parte do projeto “Mulheres do Café: igualdade de gênero e agregação de valor na cafeicultura capixaba”, que é coordenado pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e integra o Programa de Incentivo à Pesquisa, à Extensão, ao Desenvolvimento e à Inovação Agropecuária (Inovagro), uma iniciativa do Governo do Estado coordenada pela Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes).
O secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli, participou do Dia de Campo para Mulheres do Café e destacou a importância do evento para o setor. "As mulheres têm um papel fundamental na produção de cafés especiais", afirmou Bergoli. "Ao investir na capacitação das produtoras, o governo contribui para agregar valor à produção de café, impulsionar a economia local, além de estimular o trabalho feminino no campo", ressaltou.
Segundo o diretor-geral do Incaper, Antonio Elias Souza da Silva, a participação das mulheres é crescente e fundamental na cafeicultura, principal atividade agrícola do Espírito Santo. “Esse projeto busca incentivar, valorizar, qualificar e fortalecer o trabalho feminino nessa cadeia produtiva essencial, com ênfase na produção de cafés especiais, um mercado em franco crescimento, com muitas oportunidades e que pode garantir melhores remunerações, em função da maior valorização do produto”, disse.
O Dia de Campo para Mulheres do Café representa um avanço significativo na busca por igualdade de gênero na cafeicultura capixaba, segundo Patrícia Ferraz, coordenadora de projetos para mulheres da Seag. "As mulheres estão assumindo um papel cada vez mais protagonista na produção de café e demonstrando sua capacidade de alcançar grandes resultados", afirmou.
“As ações do projeto, incluindo esse Dia de Campo, visam a aumentar o número de produtoras de café especiais no Estado. Estamos promovendo ações de capacitação em todas as regiões, qualificando cafeicultoras. Além disso, as participantes atuam como multiplicadoras desses conhecimentos em seus municípios. Isso vai despertando o interesse de outras mulheres pela produção de café de qualidade, fortalecendo a inclusão e o protagonismo delas na cafeicultura”, pontuou a extensionista do Incaper e coordenadora do Mulheres do Café, Patrícia da Matta.
Palestras técnicas
As atividades do Dia de Campo começaram com um bate-papo sobre cafés especiais conduzido pela jornalista Mariana Proença, especialista no tema, que compartilhou conhecimentos sobre o cenário da atividade no país, destacando a crescente participação feminina.
Em seguida, as participantes se dirigiram às quatro estações do evento, cada uma abordando um aspecto específico da cafeicultura.
Na Estação 1, dedicada à colheita e pós-colheita, representantes do projeto Pó de Mulheres, de Muqui, apresentaram técnicas eficientes para garantir a qualidade dos grãos desde a colheita até a embalagem, destacando a importância de práticas sustentáveis e a valorização do trabalho feminino nesse processo.
A Estação 2 focou no manejo da lavoura. Luiza Lacerda, da Serra da Seriema apresentou as melhores práticas de cultivo e cuidados com as plantas, enfatizando a necessidade de um manejo adequado para aumentar a produtividade e a saúde do solo. A interação com os participantes possibilitou a troca de experiências e a apresentação de soluções para desafios comuns enfrentados por mulheres no campo.
Na Estação 3, a extensionista do Incaper, Priscila Nascimento, abordou a poda do café arábica. Ela explicou as técnicas de poda, que são essenciais para o desenvolvimento saudável das plantas e para a maximização da produção de grãos.
Por fim, na Estação 4, a técnica agrícola Nívea Guedes detalhou a importância das práticas de manejo no início do ciclo produtivo, na florada, para a obtenção de cafés de alta qualidade. Os participantes puderam compreender a relação entre cuidados iniciais e a qualidade final do produto.
Além das estações, uma oficina sensorial sobre cafés especiais, ministrada por Letícia Paiva, ofereceu aos participantes a oportunidade de explorar sabores e aromas distintos, ampliando a experiência sensorial do café.
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