Seag discute a produção de camarão na região norte e noroeste do Estado
A Secretaria de Estado de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) participou nesta sexta-feira (26), no Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) – campus de Itapina, em Colatina, de uma reunião para tratar da viabilidade técnica e econômica da carcinicultura (criação de camarões em viveiros) de água doce no norte e noroeste do Espírito Santo.
O objetivo da reunião foi discutir novos modelos de ação para a retomada da produção de larvas e pós-larvas de camarão da espécie Malásia (Macrobrachium rosenbergii) na região.
Durante o encontro, foram realizadas palestras com técnicos da área, que apresentaram a atual situação do setor. O gerente de Aquicultura e Pesca da Secretaria de Estado da Agricultura, Alejandro Garcia-Prado, apresentou pesquisas sobre o número de produtores no Estado, identificação da quantidade de pós-larvas produzidas atualmente, além de potencialidades e estimativas do setor, em caso de retomada da produção.
Foram realizadas palestras que abordaram temas relacionados aos custos de produção da larvicultura do camarão, informações sobre a produção de camarão-da-Malásia na região e as necessidades existentes de se reestruturar a cadeia, para que a produção se mantenha com um alto nível de qualidade.
As possibilidades de novos mercados a serem alcançados pelos produtores foram focos do encontro. Também foram discutidos os potenciais novos consumidores, que podem se interessar pelo produto, por ser uma espécie alternativa de camarão.
Durante a reunião, foram repassadas orientações a respeito dos registros de inspeção sanitária exigidas e as certificações necessárias para a comercialização do camarão. Por fim, foi apresentado um sistema inovador de recirculação de água, que pretende gerar mais economia do recurso natural durante o processo de criação e higienização do camarão.
O secretário Paulo Foletto destacou a importância da produção de camarão para o Estado. “Este encontro discute a retomada de atividades do laboratório de pós-larvas de camarões, incentivando a volta da produção do camarão-da-Malásia na região, que já foi intensa e que tem uma demanda muito grande de mercado. Estamos discutindo o melhor modelo de financiamento, em parceria com os municípios para, a partir daí, incentivarmos a volta da produção. É uma excelente atividade comercial e o papel da Seag é o de coordenar essas ações”.
O prefeito de Governador Lindenberg, Geraldo Loss, sinaliza positivamente a realização da reunião. “Gostaria de agradecer ao secretário Paulo Foletto por esse encontro, que é um pontapé inicial que vai favorecer os produtores rurais da região norte e noroeste do Estado. A reunião também serve para que possamos rever o laboratório existente em Governador Lindenberg. Não tenho dúvidas de que será uma iniciativa que vai ficar no Governo de Renato Casagrande e do povo do Espírito Santo”, afirmou.
Para o subsecretário de Aquicultura, Pesca e Desenvolvimento Rural Sustentável, Michel Tesch Simon, é preciso voltar a discutir com todos os parceiros a situação da produção de camarão no Estado.
“Essa é uma ação integrada da Seag, Ministério da Agricultura, Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), Instituto Federal e prefeituras. É uma atividade que já foi expressiva no Estado e que, em função da seca, quase se extinguiu. Estamos retomando as discussões com todos os aspectos técnicos, desde o levantamento de demanda, exigências sanitárias para comercialização passando, por fim, pelos custos de produção, tanto do laboratório a ser reestruturado, quanto da atividade em si”.
O técnico do escritório local de Desenvolvimento Regional (ELDR) do Incaper de Governador Lindenberg, Jair Toso, fala de que é preciso incentivos.
“O produtor quer voltar a produzir camarão porque é uma atividade altamente rentável. É uma reunião muito interessante para que se retome essa atividade, porque teremos uma nova opção de renda para nossos agricultores. Toda a cadeia está desestruturada, falta apoio, falta estímulo e, a partir dessa reunião, é que vamos estimulá-los, junto com as prefeituras, técnicos e demais instituições”.
Ao final da reunião, os participantes realizaram visita técnica aos viveiros e estufa onde são realizados estudos e experimentos relacionados à produção do camarão.
Texto: Luciano Vieira
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