16/10/2013 11h54 - Atualizado em 07/03/2017 15h32

Dia Mundial da Alimentação: Incaper promove segurança alimentar no Espírito Santo

Nesta quarta-feira (16), comemora-se o Dia Mundial da Alimentação. O tema oficial deste ano, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), é “Sistemas Alimentares Sustentáveis para Segurança Alimentar e Nutrição”. Nesse contexto, o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) tem uma contribuição fundamental no cenário estadual, uma vez que contribui, por meio do incentivo à diversificação agrícola com sustentabilidade, para a segurança alimentar.

A segurança alimentar e nutricional consiste na garantia do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, tendo como base práticas alimentares que promovam a saúde e o equilíbrio ambiental, econômico e social de maneira sustentável. De acordo com a FAO, atualmente, quase 870 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de desnutrição crônica. Para que haja uma mudança nesse cenário, é essencial o investimento em modelos de desenvolvimento sustentáveis, que fortaleçam a agricultura familiar e a produção de alimentos saudáveis.


Ações do Incaper

“As atividades de extensão rural e pesquisa desenvolvidas pelo Incaper são fundamentais para que a população possa ter segurança alimentar e nutricional, pois essas ações geram condições para que os agricultores familiares produzam alimentos saudáveis, seguros, em quantidade e qualidade”, afirmou o chefe da Área de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), Maxwel Assis de Souza.

Para que essas ações sejam realizadas de forma integrada, reconhecendo e valorizando os conhecimentos dos agricultores e de suas famílias, e aliado-os ao conhecimento científico, os técnicos do Incaper utilizam variados métodos de integração, sejam individuais ou coletivos. “Buscamos a organização dos grupos de agricultores, a produção sustentável de alimentos, o respeito aos recursos naturais e hídricos, com o objetivo de promover a sintonia entre os diversos elos da cadeia produtiva”, relatou Maxwel.

Ele lembrou que a atuação do Incaper junto aos programas de redução da extrema pobreza no Espírito Santo, como o Brasil Sem Miséria e o Incluir no Campo, também constituem-se como ações importantes para a garantia da segurança alimentar e nutricional. “Nossa atuação junto às famílias extremamente pobres objetiva, inicialmente, a produção de alimentos para a soberania e segurança alimentar. Além disso, o excedente pode ser comercializado nos diversos canais existentes, seja no comércio local ou nos programas de aquisição de alimentos dos municípios, Estado e Governo Federal. A previsão é de que três mil famílias sejam atendidas por meio desses dois programas no Estado.

Segundo a engenheira de alimentos do Incaper e conselheira suplente no Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do Espírito Santo (Consea), Monique Lopes Ribeiro, o Incaper possui papel fundamental na garantia da segurança alimentar e nutricional, uma vez que tem como foco de atuação o fortalecimento da agricultura familiar, que representa mais de 70% dos produtores no Estado. “Segundo dados do Censo Agropecuário de 2006, a maior parte dos alimentos básicos como arroz (71%), feijão (76%), milho (72%) e mandioca (52%) produzidos no Espírito Santo são da agricultura familiar”, relatou Monique.

No cenário nacional, também são os agricultores familiares que produzem a maioria dos alimentos básicos para a população. De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2006, a agricultura familiar foi responsável por 87% da produção nacional de mandioca, 70% da produção de feijão, 46% do milho, 38% do café, 34% do arroz, 58% do leite, 59% do plantel de suínos, 50% das aves, 30% dos bovinos e, ainda, 21% do trigo.


Agroecologia como sistema de produção agrícola sustentável

A temática escolhida pela FAO para o Dia Mundial da Alimentação remete à necessidade de modelos de desenvolvimentos sustentáveis. Nesse contexto, a agroecologia é considerada um modelo agrícola que equilibra a produção e os recursos naturais, valorizando o saber das comunidades. Nesse aspecto, o Incaper tem feito um conjunto de ações que estimulam essa forma sustentável de produção.

“O desenvolvimento de políticas públicas que incentivem a produção agroecológica é de vital importância para garantir a segurança alimentar e nutricional. É importante frisar que esse sistema de produção não representa uma volta ao passado, uma vez que ele existe em diversas comunidades do meio rural”, afirmou o coordenador de agroecologia do Incaper, Adolfo Bras Sunderhus. Atualmente, o Espírito Santo possui 1.300 famílias que produzem em sistemas agroecológicos e orgânicos.

Ele também disse que a produção agroecológica e orgânica procura imitar os processos que ocorrem na natureza, evitando a ruptura com o equilíbrio natural, o que dá sustentabilidade social, produtiva, econômica e ambiental. “Essa agricultura é definida pela interação que existe entre todos os seres vivos no sistema de produção, em especial ao ser humano e suas relações com a unidade de produção familiar”, afirmou Adolfo.

Entre as ações realizadas pelo Incaper em conjunto com outras instituições públicas, como a Secretaria de Assistência Social e Direitos Humano (SEADH) está o Projeto de Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS), destinado a famílias em situação de vulnerabilidade social no campo, com o objetivo de garantir a produção para o consumo e comercialização de alimentos saudáveis. Cerca de 520 kits do projeto, que contém equipamentos de trabalho e sementes, já foram entregues no Espírito Santo.

A Secretaria de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) realiza a gestão da política pública de agroecologia e agricultura orgânica por meio de uma gerência estadual. Nesse sentido, o Incaper integra-se a essa política com destaque para organização da produção agroecológica em Feiras Orgânicas na região metropolitana. “As sete feiras orgânicas que existem atualmente movimentam neste processo a comercialização direta, a integração junto ao consumidor urbano e a geração de receita, o que indicam que essa agricultura, além de todos os benefícios do ponto de vista da sustentabilidade, promove renda aos agricultores familiares”, disse Adolfo.

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